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quarta-feira, 23 de março de 2011

JUSTIÇA COMO IDÉIA, SENTIMENTO E VALOR

A justiça é a técnica com a qual se realiza o direito. Ela não é um pensamento lógico, é um valor atribuído pelo sentimento do homem.
Como sentimento, a justiça não possui um limite específico, não é algo palpável onde se pode sentir suas arestas, porém é o espírito que encarna o direito.
A justiça é uma idéia de equilíbrio do mundo social, e essa idéia existe e resiste o tempo, porém como um valor carregado de emoção ela se modifica e evolui de acordo com a evolução da sociedade.
Os valores da sociedade estão constantemente se aprimorando de acordo com os princípios e necessidades de cada povo e em cada época. Também a idéia de justiça, quando recebe uma carga emocional do “querer-assim-viver”, transforma-se em valor, acompanhando essa evolução na busca constante de um convívio ideal entre os membros dessas sociedades.

O comportamento e as ações humanas, que podem ser individuais, espirituais e sociais, são sustentados por aprovações ou condenações, porém somente os atos praticados no plano social possuem por base um critério de valor estabelecido pelo sentimento advindo da idéia de justiça. Dessa forma entende-se que a área de atuação da justiça é a vida social e o seu objeto de ação são os atos sociais.
A vida social é repleta de atos em uma variedade de relações, podendo ser uma relação simples entre duas pessoas, com uma atividade direcionada individualmente ou mesmo complexa com duas ou mais pessoas se interagindo uma contra a outra. Dessa forma não basta aplicar a justiça como cumprimento do dever, pois estaríamos incorrendo numa justiça unilateral como a expressão “a ferro e fogo” ou “cumprir o dever jurídico é fazer justiça”. Fica, assim, difícil julgar ou qualificar tais atos como justos ou injustos.
Então, para se fazer a justiça, necessário se faz uma distinção entre esses atos, estabelecendo uma visão mais específica e diferenciada entre justiça formal e justiça substancial.
Enquanto a justiça formal tem como seu objeto os atos obrigatórios, legal ou simples cumprimento dos deveres, a justiça substancial tem como objeto a satisfação das necessidades básicas e fundamentais para a permanência da segurança e da ordem social.
Totalmente desestabilizada seria a ordem jurídica se cada pessoa decidisse por si o que seria licito ou ilícito. Dessa forma, devemos ter em conta que pela força maior da necessidade de segurança e ordem social, necessário se faz a justiça formal.
É de consenso que o homem, no seu sentimento de igualdade, busca, cada vez mais, a qualidade de sua vida, submetendo-se e aceitando os encargos da justiça. É nesse sentimento de igualdade que a justiça procura dar um tratamento igual a todos, indistintamente, proporcionalmente, seja satisfazendo suas necessidades básicas de humano ou exigindo de cada o que lhe é possível dar.
Assim, podemos concluir que a justiça é o cumprimento dos deveres jurídicos, mas também é a forma de adaptar o comportamento humano ao interesse maior da segurança e ordem social, partindo do princípio da igualdade e proporcionalidade.

No comportamento social, as relações humanas se dispõem em três planos. O primeiro refere-se a uma relação interindividual, o segundo a uma relação de pessoas com a sociedade e o terceiro plano a uma relação da sociedade com a pessoa.
No plano das relações interindividuais é aplicada a justiça comutativa, isto é, uma justiça de igualdade e equivalência, como os contratos bilaterais e as relações de intercambio.
No plano das relações das pessoas com a sociedade encontramos a justiça distributiva, onde se adota o princípio da proporcionalidade, isto é, a regulação dos encargos e vantagens da vida social, como os impostos e os encargos sociais trabalhistas.
No terceiro plano, relação da sociedade com a pessoa, denominamos de justiça legal, pois estabelece o comportamento da pessoa como membro da sociedade como um todo. Neste plano deve ocorrer a obediência às leis e aos deveres em favor da coletividade.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O MUNDO DO DIREITO

O MUNDO DO DIREITO

Quando o mundo da natureza se torna insuficiente para satisfazer às necessidades do homem, como exemplo a falta de abrigo, de instrumentos e utensílios para seu conforto, de viver em harmonia com seus semelhantes ou até mesmo de enfrentar os fenômenos naturais, através do mundo dos valores, ele, o homem, cria uma realidade própria, produto resultado de sua criatividade.
Assim, surge o mundo da cultura, o mundo das realizações humanas cujos conhecimentos vão se imortalizando e se desenvolvendo em novas descobertas e novas produções, passadas de geração a geração.
Com o desenvolvimento do homem e a integração deste à vida social, ao longo da sua trajetória de existência, esse mundo não conseguiu se limitar apenas a cultura física, desenvolvendo-se para além da matéria, criando assim a cultura espiritual como a educação, a arte, a religião, a moral e o Direito cujo objetivo é a de corrigir e melhorar o modo de pensar e agir do próprio homem.
Dessa forma surge o Direito como produto cultural que, embora resida no mundo da cultura, relaciona-se com o mundo da natureza e com o mundo dos valores. Não reside no mundo da natureza, pois suas leis, embora se refiram à vida, que é natureza, diferentemente das leis naturais, variam no tempo e no espaço, se desenvolvem e acumulam-se de acordo com as circunstâncias, com a época da história e com o povo. Quanto ao mundo dos valores, o direito se orienta através dos ideais da vida humana que é valorada, mas o direito não é valor, pois os valores são subjetivos, abstratos, projeções do espírito sobre a natureza enquanto o direito é ciência, é processo que se objetiva na vida humana.
Como afirma Flóscolo da Nóbrega, 1987,9, “Temos como assentado que o direito é uma forma de cultura, a um só tempo processo e produto cultural: processo, porque é realização de valores e produto, porque é valor realizado, objetivado em dados naturais”.


O DIREITO COMO FORMA DE CULTURA

O homem sozinho teria dificuldades em sobreviver frente às adversidades da natureza, portanto a vida em grupo é condição “sine qua non” para a sua existência e perpetuação da espécie.
A vida em grupo, porém, requer disciplina e ordem para conter as pulsões do homem em busca de alimento, sexo e poder que levariam o grupo à anarquia e à insegurança total.
Com o objetivo de estabelecer o equilíbrio de forças nas lutas individuais e coletivas de homens contra homens, surge um dispositivo de segurança cuja função é disciplinar e controlar a vida em sociedade impedindo as competições irracionais, os conflitos, as rivalidades e a própria destruição.
O Direito, como processo cultural, é o meio pelo qual é criado esse dispositivo de segurança visando a satisfação das necessidades fisiológicas, sociais e espirituais do homem de tal forma que torne o seu mundo um mundo menos perigoso e mais produtivo.
O autor Flóscolo da Nóbrega, 1987, 9, esclarece: “... É, portanto, um processo adaptativo, de transformação da vida animal em vida social; seleciona, normaliza as formas de comportamento adequado à convivência e, assim, disciplina, organiza as relações entre os homens”.
Como todo produto cultural, o direito é resultado da atividade criadora do espírito humano, como a educação, a arte, etc. O direito se objetiva no mundo através de suas normas e Instituições jurídicas.

DIREITO: ESTRUTURA CONTÍNUA E CUMULATIVA

Experiências geram novas experiências, acumulam-se criando, em forma somatória, um imenso rol de experiências ao longo do tempo. As velhas necessidades biológicas do homem dão origem a necessidades derivadas durante a evolução do homem e da sociedade. Assim, novas alternativas surgem visando a satisfação das velhas e novas necessidades. O direito acompanha essa evolução e, ao mesmo tempo em que se acumulam devido a novas necessidades de proteção à vida, à natureza, em todos os sentidos, novas leis e instituições vão se modificando, sendo criadas e somadas ao longo da história.
Em seu livro “Introdução ao direito, Flóscolo da Nóbrega comenta, 1987, 10: “Além de contínuo, o direito é cumulativo, cresce como a árvore, em camadas sucessivas, assimilando as mudanças e transformações, integrando o progresso sobrevindo. “Cada geração, cada fase histórica deixa o seu sedimento de experiência, que se incorpora à massa do direito e passa ao futuro”.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O HOMEM E SEUS TRÊS MUNDOS DISTINTOS

O homem e seus três mundos distintos: mundo da natureza, mundo dos valores e mundo da cultura.

Mundo da natureza:

O mundo da natureza é tudo o que existe por ela mesma, isto é, é o mundo ao nosso redor e que independe da nossa atividade. Ela segue as leis naturais da causalidade às quais o homem é passivo, pois para essas leis não há exceção e não podem ser violadas. Esse mundo comporta todos os fenômenos naturais incluindo a vida e sua evolução. A vida instintiva para o homem seria um verdadeiro caos, pois ele possui um organismo frágil e, diante das adversidades da natureza, facilmente se extinguiria da face da terra.

Mundo dos valores:

O mundo dos valores é o mundo da razão humana a qual denomina todas as coisas que existem com o objetivo de compreender o mundo colocando ordem no caos. Ele pode apenas constatar passivamente a existência do mundo ou qualificá-lo ativamente expressando um juízo de valor de acordo com sua utilidade, aceitando ou repelindo, para o bem da própria vida. Assim, constatamos o que é bom ou ruim, útil ou inútil, belo ou feio, etc.
O homem, por sua natureza, está constantemente em busca da satisfação de suas necessidades de sobrevivência o que o leva a atribuir valor a tudo que, de forma direta ou indireta, afeta a sua vida. Ainda primitivo, suas necessidades restringiam à conservação da vida e da reprodução, mas com o advento de sua evolução suas necessidades foram se aperfeiçoando e desdobrando de tal forma que novas séries de valores foram se originando e somando às anteriores, chegando a possuir além das necessidades fisiológicas de sobrevivência e reprodução, as necessidades sociais de cooperação e segurança e as integrantes do ego de auto-estima e auto-realização.
Como postula o Dr. Flóscolo da Nóbrega, 1987. 5. - “Por mais nobres que aparentem ser, todos tem raízes naquelas necessidades primárias da vida. Nascem daí, sob injunção das pulsões biológicas, e vão aos poucos espiritualizando-se através do processo mental e da experiência histórica. Por último, apagada a mácula da origem, revestem a aparência de puras essências, de entes ideais, levando a crer que tem vida autônoma e validade eterna, absoluta. De fato, são apenas abstrações de contingências existenciais e históricas. Se os homens fossem seres completos, se não tivessem necessidades, não haveria valores. Se suas necessidades fossem diferentes, diversos seriam os valores”.

Mundo da cultura:

O mundo da cultura é o mundo da criação e produção do homem na tentativa de, adaptando os recursos naturais, satisfazer suas necessidades.
Como no mundo dos valores, o homem também evoluiu no mundo da cultura. O primitivo apenas se utilizava dos recursos naturais de forma passiva e, na sua evolução na história, criou as primeiras ferramentas para utilizar na natureza e, em seguida produziu máquinas, tecidos, casas, etc.
Com o processo da evolução do mundo da cultura, o homem não se limitou à natureza material e estendeu ao mundo humano. Hoje, com o objetivo de adaptar-se ao mundo coletivo, criou a religião, a ética, a educação, a arte, as ciências e a outras abstrações que corrigem, modelam e melhoram o homem para esse advento.
Segundo Flóscolo da Nóbrega, 1987, 5, -“Cultura material, cultura espiritual, não há diferença entre elas, ambas têm a mesma intenção, a finalidade comum de realizar valores. Todo ato, todo produto cultural é sempre um meio a serviço de um fim, a serviço das necessidades humanas; e o fim se completa pela acomodação da matéria aos moldes do valor. Um poema, uma máquina, uma esmola, uma ordem legal são manifestações de cultura, mas o que os faz serem culturais não é a matéria, ou o ato que as objetiva, senão a intenção, o significado de que se revestem”.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

LIDERANÇA: NOVOS TEMPOS

• Definição: “Capacidade de influenciar um grupo em direção ao alcance de objetivos”.
• Algumas teorias tentam explicar o que o líder possui que influencia seus liderados, assim surge a Teoria dos Traços da Personalidade e a Teoria comportamental entre tantas outras.

TEORIA DOS TRAÇOS
• Na década de 1960 surge a teoria dos traços onde foram investigadas as características da personalidade de mais de 200 líderes.
• Identificaram 80 características, mas somente sete eram compartilhadas:
• (Ambição, energia, integridade, autoconfiança, inteligência, automonitoramento e conhecimentos profissionais)
• No princípio do ano 2000 surge o modelo Big Five com cinco dimensões básicas da Personalidade:
• Extroversão (pessoas assertivas e sociáveis)
• Amabilidade (pessoas cooperativas, receptivas e confiantes)
• Consciência (pessoas responsáveis, organizadas, confiáveis e persistentes)
• Estabilidade emocional (pessoas calmas, autoconfiantes e seguras)
• Receptividade (pessoas criativas, curiosas e sensíveis)
CRÍTICA À TEORIA DOS TRAÇOS
• Através dessa teoria pode-se prever o potencial para um provável líder, mas não necessariamente seja um líder.
• Mesmo sendo considerado um líder pelas pessoas não quer dizer que será um líder bem sucedido.

TEORIA COMPORTAMENTAL
• Essa teoria observa o comportamento exibido, onde através da postura e atitudes pode-se determinar a presença de um líder.
• Dessa forma, sabendo que o comportamento pode ser modificado e melhorado, podemos treiná-lo para a liderança.

UNIVERSIDADE DE OHIO
• Estudos na Universidade de Ohio, EUA, determinaram que o comportamento do líder deva ter 2 dimensões: Estrutura de iniciação e consideração.
ESTRUTURA DE INICIAÇÃO
• É a capacidade para estruturar seu papel e de seus comandados, assim ele delega tarefas, mantém padrões definidos de desempenho e enfatiza o cumprimento de prazos.
CONSIDERAÇÃO
• O líder manter relações de confiança, respeito às idéias de outros e possui consideração pelos sentimentos alheios.
CRÍTICAS AO MODELO DE OHIO
• A estrutura de iniciação pode gerar:
• - reclamações, absenteísmo e rotatividade
• E a consideração pode gerar:
• - Uma visão de desempenho negativo, atribuído ao líder por parte de seus superiores.
UNIVERSIDADE DE MICHIGAN
Também, estudos na Universidade de Michigan, EUA, determinaram, também, que o comportamento do líder deve ter 2 dimensões
- Orientação para o funcionário
- Orientação para a produção
A orientação para o funcionário diz respeito ao
• Incentivo às relações interpessoais,
• Interesse pelas necessidades dos funcionários e a aceitação das diferenças entre eles.
Quanto a orientação para a tarefa, ela
Enfatiza os aspectos técnicos e práticos, a
Preocupação com a execução da tarefa e vê o
funcionário como apenas a ferramenta do trabalho.

A VISÃO ATUAL DE UMA LIDERANÇA
São IMPORTANTES a Inteligência e o conhecimento técnico, mas é ESSENCIAL a Inteligência Emocional. Cinco características levam uma liderança ao sabor do sucesso: a autoconsciência, o autogerenciamento, a automotivação, a capacidade de empatia e as habilidades sociais.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CONSCIÊNCIA POLÍTICA: Aos "fazedores de cabeça"

Qual é a intenção das pessoas enviarem e-mails atacando os candidatos a Presidente? Será que desejam “fazer a cabeça” das pessoas para votarem no outro candidato? Será que, dessa forma, não estamos voltando à era pré-histórica onde o patriarca mandava a família toda votar neste ou naquele candidato? Será que estamos regredindo?
Será que a livre escolha dos eleitores está acabando? Temos que aguentar e-mails e mais e-mails com frases fortes, engraçadas e piadas sem graça durante todo período eleitoral? Quando o brasileiro irá amadurecer para a vida política?
Parece que estão querendo “formar nossa consciência”, e isso, é fascismo.
Por que, ao invés de criticar, não enviamos e-mails conscientes como: - que se eleja aquele que obtiver a maior quantidade de votos e então iremos cobrar “gastos racionais e transparentes do dinheiro público e redução dos impostos” para o bom desenvolvimento social do País e “todo o seu povo”.
Dessa forma não precisaríamos brigar por aumento de salário, ou condições de trabalho ou qualquer outro benefício particular, pois aquilo que estaríamos ganhando, com frentes de trabalho honesto para o desenvolvimento de todas as regiões do País, seria o suficiente para a nossa vida. Mas, o ser humano nunca está satisfeito e sempre tem que, egoisticamente, tentar “fazer a cabeça” dos eleitores para votarem neste ou naquele candidato, mesmo tendo que atacar o adversário, com o único objetivo de obter um salário melhor ou vantagens pessoais.
Frase: “Ele não deu amento de salário para a minha categoria (melhor dizendo: para mim.) por isso vamos votar no outro candidato”.
Todos nós temos defeitos. Se formos enumerar os erros de um candidato devemos enumerar os erros dos outros também e aí seremos obrigados, pela nossa consciência moral, anular nossos votos. Mas para que? Vamos enumerar o que eles têm de bom e cobrar isso depois.
Deixemos o egoísmo de lado para dar espaço a um comportamento maduro e consciente, com um ego adulto onde a política seja, dentro do senso de justiça, um bem maior para todos.
Procurem por vocês mesmos saberem mais sobre qualquer candidato. Não ouçam pessoas pré-intensionadas, com objetivos escusos ou alheios à necessidade coletiva. Sejamos pessoas conscientes e não apenas integrantes de uma massa disforme. Não Projetem suas ansiedades, medos ou necessidades nos outros, não generalizem dizendo que o que é bom pra você é bom para todos.
Vote em quem você acha que merece o seu voto. Vote consciente e cobre o eleito depois.

quarta-feira, 24 de março de 2010

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR .01.

FUNDAMENTOS DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR


COMUNICAÇÃO: EMISSOR.... (mensagem).....RECEPTOR

(Mensagens são sinais que representam a idéia)

- Os sinais possuem sentidos UNIVERSAL e CULTURAL e são conhecidos pela convenção e experiência.
- Os sinais possuem apenas o significado que a experiência de um indivíduo lhe permite atribuir.
- Ao conjunto de experiências e significados, chamamos de "Sistema de Referência".
- Os significados podem ser por denotação ou por conotação. Podem, ainda, ser aparente ou latente.
- Cada mensagem possui uma indicação particular importante. É a partir da indicação da mensagem que o receptor tomará uma decisão.
- Uma mensagem ao ser enviada via sinais, ela será traduzida segundo a percepção particular do receptor.
- As idéias são carregadas de afetos e estes são subjetivos. Ao transportar, via mensagem (sinais, códigos), ela se perderá no caminho pelo fato destes serem objetivos. Ao chegar até o receptor, objetivamente, ela será interpretada de forma subjetiva particular do mesmo.
- Diremos, então, que não necessariamente o que foi enviado como mensagem será traduzida "ao pé da letra" pelo receptor, sofrendo interferência nesse processo de envio de transmissão: EMISSOR (idéias- subjetividade)........(mensagem - objetiva).....RECEPTOR (subjetividade).
- Demonstramos que uma mensagem nunca é interpretada, pelo Receptor, como exatamente o emissor desejava.
- Prova-se a partir do fato tanto dos valores e crenças individuais como os de Referência (grupos). Os valores e crenças dependem das experiência particulares e coletivas.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

TECNOLOGIA: PERSONALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES

A PERSONALIDADE
Entende-se por personalidade como um conjunto de características, mais ou menos estável, não fixa, mas em constante desenvolvimento e única, que identifica um indivíduo.
As características que a compõe são formadas pelo temperamento, características pessoais e caráter.
Todo indivíduo já nasce com o temperamento e este, se apresenta em forma de emoções. Atua como uma reação instintiva de autodefesa. Sua expressão é puramente hormonal.
Importante esclarecer que as emoções são reações hormonais intensas e violentas, porém passageiras e que nascemos com elas em forma de prazer e desprazer. Delas se originam os sentimentos, que são reações adquiridas com o convívio ao meio, através do controle social sobre as emoções
As características pessoais vão se formando ao longo da vida, quando a emoções entram em contato com o ambiente social e este reage ao mesmo, assim vão se formando os sentimentos. Estes, por sua vez, vão dando origem às características pessoais da personalidade. Ex. Uma reação de desprazer pode se transformar e ódio e agressividade, mas estas reações emocionais não são permitidas pelo mundo social, desta forma a pessoa vai assimilando e transformando essas reações violentas em sentimentos. Estes, por sua vez, vão dando origem às características pessoais da personalidade como, por exemplo, comportamentos de passividade ou timidez, etc.
O caráter são características aprendidas com no meio com as quais nos relacionamos de forma moral e ética com a sociedade.


ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
Segundo a teoria psicanalítica, a personalidade é composta por três estruturas: id, ego e superego.
O id, termo proposto com Freud, representa o mundo dos desejos inconscientes. O indivíduo nasce com essa estrutura que, com o auxílio do temperamento, prazer e desprazer, reconhece as necessidades orgânicas como forma de abastecê-la, sejam a fome, o afeto e outros.
O ego, também proposto por Freud, surge a partir do momento que o indivíduo começa a perceber o mundo exterior. Sua ação é perceber as necessidades do organismo, através do id, e buscar sua saciação no meio em que vive. O ego surge a partir de mais ou menos dois anos de idade.
O superego, pelo mesmo teórico, representa o conteúdo social em nossa personalidade e começa a se desenvolver a partir do momento em que o ego inicia sua busca no meio exterior par satisfazer o id.
Quando o id se manifesta através de alguma necessidade e o ego tenta satisfazê-lo, o meio o ensina, através do conceito social do que é certo e errado, a buscar o objeto de satisfação do id.
Assim temos:
Ex. O id representa o desejo do organismo, o ego reconhece a necessidade no meio, o superego mostra o caminho socialmente correto para a satisfação e o ego se encarrega da ação final.


O CORPOTAMENTO COMO MANIFESTAÇÃO DA PERSONALIDADE
Manifestamos a nossa personalidade através do nosso comportamento. Entende-se por comportamento toda a ação, seja ela física ou psíquica, do indivíduo.
Agimos no meio projetando as características da personalidade que vamos adquirindo ao longo de nossa vida. Cada projeção age como retroalimentação para um novo polimento dessas características.
Projetamos através das palavras, do corpo, das expressões, da escrita, do desenho, da imaginação, dos sonhos, etc.


FLEXIBILIDADE DAS CARACTERÍSTICAS
Sabemos que nossa personalidade é formada por um infindável número de características, com níveis diferentes de força e manifestação, que se combinam de acordo com a necessidade da ação do ego.
O indivíduo, através de sua percepção, identificando o local em que se encontra como o ambiente, a situação, as relações e as necessidades, acaba por combinar características ideais para aquela situação. A essa combinação de características chamamos de “papeis”. Para cada situação trocamos nossas características, combinando-as de tal forma a desempenharmos o papel ideal para o momento. Trocamos as características de acordo com que trocamos uma roupa, isto é, um modelo para cada situação. Essa assertividade determina a nossa capacidade de adaptação ao meio. Ex: Sabemos o momento de agir quando nos encontramos num culto religioso ou num “barzinho” com amigos.


A PERSONALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES
Toda Empresa é formada por pessoas. Não existe Empresa ou Organização, se não houver pessoas nela.
As pessoas, por sua vez, para serem produtivas, precisam estar em harmonia com os objetivos tanto da Empresa como com os objetivos pessoais. Os objetivos da Empresa são produtividade, lucros, etc. Os objetivos pessoais são, segundo Maslow, a satisfação de suas necessidades fisiológicas, de segurança, de afiliação, de autoestima e autorealização. Portanto, a Empresa deve ter o cuidado de colocar a pessoa certa no lugar certo, tanto em relação às suas atividades de trabalho como em relação ao ambiente em que a pessoa irá trabalhar.
As características da personalidade devem combinar com o tipo de atividade do trabalhador assim como com a personalidade dos seus pares, visando a satisfação de produzir e ao mesmo tempo sentir-se bem no ambiente de trabalho.
Pode-se verificar essa compatibilidade de características a partir de um levantamento da personalidade através de entrevistas, pesquisas sobre a história do indivíduo, de testes psicológicos e até de observações situacionais pelo período de experiência do mesmo na sua equipe de trabalho.
Para entendermos melhor essas características a serem observadas e comparadas podemos recorrer a alguns estudiosos e teóricos da tipologia humana:
1- Hipócrates e Galeno: Já, muitos anos antes de Cristo, alguns estudiosos propunham um estudo sobre a maneira de ser e agir das pessoas. Quando ainda a psicologia era estudada como simplesmente um ramo da filosofia, Hipócrates e Galeno propuseram uma teoria de que o ser humano tinha quatro formas de temperamento que davam origem a todas as características de sua personalidade, a saber:
a) Colérico: pessoas irritadas e nervosas;
b) Fleumático: cansados e lentos;
c) Melancólico: tristes e insatisfeitos e
d) Sanguineos: vigorosos e fortes.
2- Sheldon: mais recente, as teorias tipológicas da personalidade, embora utilizem termos diferentes, falam sobre a mesma coisa. Para Sheldon , ao invés de quatro tipos de temperamento, demonstrava a existência de apenas três:
a) Viscerotônico: (toda energia é localizada nas vísceras) A forma do corpo é representada pela pessoa gorda. Suas características dizem respeito a uma pessoa amável, sociável e vivacidade infantil;
b) Somatotônico: (A energia é concentrada no soma, isto é, na musculatura) A forma do corpo é de uma pessoa atlética. Suas característica são de uma pessoa firme, dominadora e de vivacidade juvenil.
c) Cerebrotônico: ( A energia se concentra no cérebro) A forma do corpo é de uma pessoa magra. Suas características dizem respeito a uma pessoa tensa, “elétrica” e de vivacidade adulta.
3- Myers e Briggs: Os aspectos da proposta são representadas por testes da personalidade:
a) Extrovertidos: Expansivos, sociáveis e assertivos;
b) Introvertidos: Quieto, observador e concentrado;
c) Sensatos: Práticos e rotineiros;
d) Intuitivos: Percebe o todo e age pela intuição;
e) Racionais: Agem através da lógica e possuem dificuldades quanto aos sentimentos;
f) Emocionais: Agem pelos sentimentos e possuem dificuldades para agirem de forma racional;
g) Julgadores: Organizados e buscam o poder e;
h) Perceptivos: Flexíveis e espontâneos.
4- Big Five: Diz respeito a uma proposta de uma estrutura de personalidade unificada:
a) Extroversão: sociável e assertivo;
b) Amabilidade: Pessoas cooperativas e receptivas;
c) Consciência: Responsáveis e organizadas;
d) Estabilidade emocional: Calma, segura e autoconfiante e;
e) Receptividade: Criativa, curiosa e sensível.
5- Kretschmer: Estudou as tendências da personalidade:
a) Esquizotímico: Pessoas reservadas e de hábitos rígidos;
b) Ciclotímico: Pessoa emocional e de fácil adaptação e;
c) Isotímico: Atléticos, pouco sensíveis e possuem dificuldades de adaptação.

Trabalhadores tendem a sentir maior satisfação em ocupações compatíveis com a sua personalidade.
Quanto maior a satisfação, melhor será o desempenho: menor absenteísmo, menor rotatividade, maior produtividade, etc.
EXEMPLO 1
Somatotônico: trabalha em equipes de ação, horário livre e atividade intensa.
EXEMPLO 2
Cerebrotônico: trabalhar sozinho, com horário estipulado e atividade intensa.
EXEMPLO 3
Viscerotônico: trabalha com o público, em situação confortável e pouca atividade.