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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

PERCEPÇÃO: Julgamentos e preconceitos.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO COMERCIAL – FKB –
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA-FKB
Disciplina: ÉTICA E COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
(Continuação da aula “PERCEPÇÃO”)

... INTERPRETAÇÃO DAS IMPRESSÕES SENSORIAIS

O mundo real não é exatamente como o vemos, pois interpretamos o mundo atribuindo nossos valores e chamamos a isso de realidade.
Os fatores que influenciam na nossa percepção do mundo são: Os aspectos intrínsecos do observador, o alvo de nossa percepção e a situação que cerca a experiência.

O observador: Os órgãos dos sentidos captam os estímulos externos e internos ao indivíduo e registram em forma de sensação (impressão simples e pura no cérebro). Os estímulos registrados serão interpretados pelo indivíduo, ocorrendo a percepção. Essa interpretação se faz a partir das conexões nervosas de todo o cérebro e são adicionados, no momento da interpretação, as experiências anteriores do indivíduo, sua motivação, atenção, interesses, desejos, estado emocional, expectativas, tipo de raciocínio, crenças, valores, etc.
Uma vez interpretado, o indivíduo determinará uma atitude que se transformará em comportamento, podendo ser apenas um pensamento até uma ação. Esse comportamento interferirá no mundo de forma a levá-lo a determinada nova situação, onde novos estímulos estarão sendo, novamente registrado em seu cérebro para que um novo comportamento se faça. Esse círculo, estímulo – comportamento – estimulo, chamamos de retroalimentação.

O alvo: O mundo é percebido não separadamente, mas num conjunto, onde todas as coisas estão interligadas, ou coesas.
Nesse ambiente forma um todo, temos a tendência de observar tudo aquilo que foge do comum. Nossa atenção é direcionada para coisas que se destacam da multidão, que são diferentes, que se destoam do comum. Sons mais altos, Cores que destoam das outras, tamanhos diferentes, etc., são percebidos de forma mais efetiva.
É importante dizer que quando esses fatos, percebidos por se destoarem do comum, se tornarem repetidos por um período grande de tempo, eles passam a fazer parte de uma experiência comum, do dia a dia, e não mais despertará a atenção. Um som alto que se repita em intervalo fixo de tempo, desde que não provoque dores e indisposição, não mais será alvo da atenção por parte do indivíduo.

A situação: Levando em consideração nossas necessidades e estado emocional, os fatos que acompanham o alvo podem interferir na nossa atenção e, como conseqüência, interferir na percepção do mundo. Esses fatos podem ser desde o ambiente em que nos encontramos como temperatura, iluminação, até a ação de outras pessoas, como uma interferência preconceituosa por exemplo.

TEORIA DA ATRIBUIÇÃO

A teoria nos leva a um estudo sobre o julgamento que atribuímos aos comportamentos e atitudes das pessoas em função da nossa interpretação que, de certa forma, se encontram em nosso caminho vivencial de valores próprios. Nossa tendência, em função de suposições devido a esses valores internos, é julgar com preconceitos e malicias todas as ações das pessoas, seja de forma positiva ou negativa, isto é, elogiando comportamentos ou incriminando.
Fato é que se leva sempre para o lado pessoal, como se o indivíduo fosse o próprio comportamento, como se nada o tivesse o levado a agir daquela forma.
Frente a qualquer comportamento observado, ao fazer um julgamento, podemos atribuir uma causa a ele. A causa poderá ser interna ao indivíduo que emitiu o comportamento ou a causas externas a ele.
Causas internas: Atribui-se o comportamento a uma disposição do próprio indivíduo.
Ex.: 1 – Chegou atrasado ao trabalho por que não tem responsabilidade.
2 – Errou por que não prestou atenção.
Causas externas: Julga-se um comportamento em função de fatores externos ao indivíduo.
Ex. 1- Chegou atrasado ao trabalho por que sofreu um pequeno acidente automobilístico.
2- Errou por que foi lhe passado informações erradas.

Esses fatores externos sempre possuem uma causa e, fixando nossa atenção a eles, podemos analisá-los e minimizar ou até mesmo resolver problemas que possam estar comprometendo a produtividade numa organização.
Os fatores externos podem ser: Diferenciação, Consenso e coerência.
Fator diferenciação: Refere-se ao fato do indivíduo apresentar comportamentos em momentos diferentes ou não.
Ex. Se uma pessoa chega atrasada ao trabalho raramente, mas sempre no mesmo período, podemos dizer que seus atrasos estão sendo causados pelo trânsito. Porém, se ela chega atrasada todos os dias, podemos dizer que devemos rever a condução tomada por essa pessoa.
Fator consenso: Refere-se ao comportamento coletivo.
Ex. Se a pessoa chegou atrasada ao trabalho, mas várias pessoas estão também se atrasando no mesmo horário, podemos atribuir a causa à condução utilizada, ou a supervisão da própria organização, ou qualquer outro fato que deverá ser analisado.
Fator coerência: Refere-se a comportamentos habituais ou não, isto é, emite comportamentos iguais em diferentes momentos.
Ex. A pessoa está sempre atrasada em todos os períodos ou em apenas um determinado período. Os fatores podem dizer que a causa pode ser até mesmo interna ao indivíduo ou a circunstâncias referentes ao transito.

Assim, podemos perceber que todos os comportamentos são julgados de diferentes formas, dependendo da visão e valores no momento da interpretação feita por um observador.

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